A data survey conducted by the Institute of Applied Economic Research (IPEA) mobilized the entire country to a debate about the responsibility of women in cases of sexual harrassment, saying they "deserve to be raped" when using revealing clothes. That research pointed to a fact that the Brazilian society seems unwilling to discuss: the social tolerance of violence against women.According to the official data, 58.5% of those who responded the survey believe that the female behavior has influence in cases of rape; and 65.1% fully or partially agree with the phrase "women who wear revealing clothes deserve to be attacked". Utter nonsense! However, the Institute itself weeks later recognized a methodological error in this research, and what once were 65.1% became 26%. We live in a society with no credibility, absolutely sexist (no matter the actual results of the research), and we can’t even believe, initially, in the research institutes of Brazil.According to what informs Gustavo Patu (Folha de S. Paulo), from the second administration of President Lula, (the Institute) was transferred from the Ministry of Planning for the Presidential Palace, and began to routinely work with themes that are different from the Economy themes expected in the acronym. On the Plateau, the Institute has become the subject of political dispute. During Lula’s government, it was chaired by Marcio Pochman; in the Dilma government, from a deal made with the political party PMDB, this post went to Marcelo Neri, who studies the decreasing poverty and the impacts of the governmental program Bolsa Família".Despite the irresponsibility of IPEA, the research does not stop showing the old sexist concepts that preach the demure behavior as the only valid for "decent" women. Critics of the survey argue that the amount of people who took part in it was far too small for the country’s headlines to denounce so vigorously the image of an almost medieval Brazil. However, the media – and research – acted like a trigger to ignite a discussion that has been put off for a long time.The elements of a largely patriarchal society can be seen clearly in the Brazilian daily life – not only through the actions of men, but also through the actions of women themselves, who were raised in an ideological siege fundamentally sexist. Be it in the misogynistic jokes, or in the mischievous remarks that put women as sexual objects, the Brazilian reality still has a sexist character so deep-rooted that often goes unnoticed by most people.According to the "Estadão", a newspaper in the state of São Paulo, a man was kicked out of an airplane because he incisively stated that he would never stay on a flight commanded by a woman. Was it an isolated case of gender bias? No. Inside the working environment and the public transportation, for example, the harassment against female passengers reached alarming levels. In the labor market, women still earn lower wages, even though they perform the same tasks as their male coworkers.The big problem lies in the idea that the women are the "weakest gender", and that they have no competence to deal with situations and positions that require a more aggressive, firm behavior. And that is transmitted from generation to generation, in the small details of early childhood education. We often mock young boys who demonstrate an emotion considered too "feminine" (such as fear, sadness), whilst we teach young girls to be submissive before the power of the men, and to be, above all, demure.It is of utmost importance to change the cultural and educational parameters of the society, so it can purge out of itself the ghost of a patriarchal society that devalues and discourages the active participation of women, through social behavior control.
Um levantamento de dados realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mobilizou o país inteiro para um debate sobre a responsabilidade da própria mulher “merecer ser estuprada” quando estiver usando decotes, ou roupas curtas demais. Aquela pesquisa apontou para um fato que a sociedade brasileira parece não querer discutir: a tolerância social em relação à violência contra as mulheres.De acordo com o IPEA, 65,1% dos entrevistados concordam total ou parcialmente com a frase “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Um absurdo total! No entanto, o próprio Instituto, semanas depois reconheceu um erro metodológico, na referida pesquisa, e o que antes eram 65,1% tornou-se 26%. O absurdo permanece. Vivemos numa sociedade sem credibilidade e machista (não importa que os índices da pesquisa tenham sido alterados) e não podemos acreditar, a priori, nos Institutos de pesquisa no Brasil.Segundo o que informa Gustavo Patu (jornal Folha de S. Paulo): a partir do segundo governo do presidente Lula, (o Instituto) foi transferido do ministério do Planejamento para o Palácio do Planalto e passaram a tratar rotineiramente de temas bem diferentes da pesquisa econômica prevista em sua sigla. No Planalto, o Instituto passou a ser alvo de disputa política. Sob Lula, foi presidido por Marcio Pochmann; no governo Dilma, a partir de um entendimento com o PMDB, o posto passou a Marcelo Neri, estudioso da queda da pobreza e do impacto do Bolsa Família”. Apesar da irresponsabilidade do IPEA quanto aos índices divulgados, a pesquisa não deixa de demonstrar os velhos conceitos machistas, que pregam o comportamento recatado como o único válido para mulheres “decentes”. Críticos da pesquisa, ainda alegam que a quantidade de pessoas que participaram dela foi pequena demais para que as manchetes estampassem com tanto vigor a imagem de um Brasil quase medieval. Apesar disso, neste caso, a mídia – e a pesquisa – serviu apenas como estopim de uma discussão que há muito vinha se adiando.Os elementos de uma sociedade majoritariamente patriarcal podem ser visto no cotidiano brasileiro com clareza – não só por parte dos homens, mas também pelas próprias mulheres, criadas num cerco ideológico fundamentalmente machista. Seja nas piadas misóginas, ou nos comentários maldosos que colocam a mulher como objeto sexual, a realidade brasileira ainda conta com uma característica sexista tão enraizada que muitas vezes passa despercebida pela maior parte da população.Segundo o “Estadão”, jornal veiculado em São Paulo, um homem foi expulso de um avião da Trip ao afirmar que se recusaria a permanecer num voo comandado por uma mulher. Caso isolado de preconceito de gênero? Não. Nas empresas e nos transportes públicos, por exemplo, o assédio contra passageiros do sexo feminino chegou a níveis alarmantes. No mercado de trabalho, as mulheres ainda recebem salários reduzidos, desempenhando as mesmas tarefas que colegas homens.O grande problema está na ideia de que a mulher é o “sexo frágil”, e de que ela não tem competência para lidar com cargos e situações que exijam mais agressividade, mais firmeza. E isso é transmitido de geração em geração, nos pequenos detalhes da educação infantil. Repreende-se ou ridiculariza-se um garoto que demonstre um sentimento considerado “feminino” (como medo, tristeza), ao passo em que se ensina às jovens meninas a serem submissas perante a força do homem, e, acima de tudo, recatadas.É de extrema importância que se mudem os parâmetros culturais e educacionais da sociedade brasileira, para que ela mesma possa expurgar de si o fantasma do patriarcalismo que desvaloriza e desestimula a participação ativa do sexo feminino, através do controle sociocomportamental desta.Um levantamento de dados realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mobilizou o país inteiro para um debate sobre a responsabilidade da própria mulher “merecer ser estuprada” quando estiver usando decotes, ou roupas curtas demais. Aquela pesquisa apontou para um fato que a sociedade brasileira parece não querer discutir: a tolerância social em relação à violência contra as mulheres.De acordo com o IPEA, 65,1% dos entrevistados concordam total ou parcialmente com a frase “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Um absurdo total! No entanto, o próprio Instituto, semanas depois reconheceu um erro metodológico, na referida pesquisa, e o que antes eram 65,1% tornou-se 26%. O absurdo permanece. Vivemos numa sociedade sem credibilidade e machista (não importa que os índices da pesquisa tenham sido alterados) e não podemos acreditar, a priori, nos Institutos de pesquisa no Brasil.Segundo o que informa Gustavo Patu (jornal Folha de S. Paulo): a partir do segundo governo do presidente Lula, (o Instituto) foi transferido do ministério do Planejamento para o Palácio do Planalto e passaram a tratar rotineiramente de temas bem diferentes da pesquisa econômica prevista em sua sigla. No Planalto, o Instituto passou a ser alvo de disputa política. Sob Lula, foi presidido por Marcio Pochmann; no governo Dilma, a partir de um entendimento com o PMDB, o posto passou a Marcelo Neri, estudioso da queda da pobreza e do impacto do Bolsa Família”. Apesar da irresponsabilidade do IPEA quanto aos índices divulgados, a pesquisa não deixa de demonstrar os velhos conceitos machistas, que pregam o comportamento recatado como o único válido para mulheres “decentes”. Críticos da pesquisa, ainda alegam que a quantidade de pessoas que participaram dela foi pequena demais para que as manchetes estampassem com tanto vigor a imagem de um Brasil quase medieval. Apesar disso, neste caso, a mídia – e a pesquisa – serviu apenas como estopim de uma discussão que há muito vinha se adiando.Os elementos de uma sociedade majoritariamente patriarcal podem ser visto no cotidiano brasileiro com clareza – não só por parte dos homens, mas também pelas próprias mulheres, criadas num cerco ideológico fundamentalmente machista. Seja nas piadas misóginas, ou nos comentários maldosos que colocam a mulher como objeto sexual, a realidade brasileira ainda conta com uma característica sexista tão enraizada que muitas vezes passa despercebida pela maior parte da população.Segundo o “Estadão”, jornal veiculado em São Paulo, um homem foi expulso de um avião da Trip ao afirmar que se recusaria a permanecer num voo comandado por uma mulher. Caso isolado de preconceito de gênero? Não. Nas empresas e nos transportes públicos, por exemplo, o assédio contra passageiros do sexo feminino chegou a níveis alarmantes. No mercado de trabalho, as mulheres ainda recebem salários reduzidos, desempenhando as mesmas tarefas que colegas homens.O grande problema está na ideia de que a mulher é o “sexo frágil”, e de que ela não tem competência para lidar com cargos e situações que exijam mais agressividade, mais firmeza. E isso é transmitido de geração em geração, nos pequenos detalhes da educação infantil. Repreende-se ou ridiculariza-se um garoto que demonstre um sentimento considerado “feminino” (como medo, tristeza), ao passo em que se ensina às jovens meninas a serem submissas perante a força do homem, e, acima de tudo, recatadas.É de extrema importância que se mudem os parâmetros culturais e educacionais da sociedade brasileira, para que ela mesma possa expurgar de si o fantasma do patriarcalismo que desvaloriza e desestimula a participação ativa do sexo feminino, através do controle sociocomportamental desta.
Una encuesta de datos realizada por el Instituto de Investigación Económica Aplicada (IPEA) movilizó a todo el país para un debate sobre la responsabilidad de las mujeres en los casos de acoso sexual, diciendo que "merecen ser violada" al usar ropas reveladoras. Esa investigación se refirió a un hecho que la sociedad brasileña no parece dispuesta a discutir: la tolerancia social con relación a la violencia contra las mujeres.Según los datos oficiales, el 58,5% de los que respondieron la encuesta creen que el comportamiento de la mujer influye en los casos de violación; y el 65,1 % están total o parcialmente de acuerdo con la frase "las mujeres que usan ropa reveladora merecen ser atacadas". Completo disparate! Sin embargo, el propio Instituto semanas más tarde reconoció un error metodológico en esta investigación, y lo que antes eran el 65,1% se convirtió en el 26%. Vivimos en una sociedad sin credibilidad, absolutamente sexista (independientemente de los resultados reales de la investigación), y ni siquiera podemos creer, a priori, en los institutos de investigación de Brasil.De acuerdo a lo que informa Gustavo Patu (Folha de S. Paulo), a partir de la segunda administración del presidente Lula, (el Instituto) fue transferido del Ministerio de Planificación para el Palacio Presidencial, y comenzó a trabajar sistemáticamente con temas que son diferentes de los temas de economía mencionados en su sigla. En la Meseta, el Instituto se ha convertido en objeto de disputa política. Durante el gobierno de Lula, fue presidido por Marcio Pochman; en el gobierno de Dilma, por un acuerdo hecho con el partido político PMDB, este puesto fue para Marcelo Neri, que estudia la pobreza y la disminución de los impactos del programa gubernamental Bolsa Familia".A pesar de la irresponsabilidad de IPEA, la investigación no deja de mostrar los viejos conceptos sexistas que predican la conducta recatada como la única válida para las mujeres "decentes". Los críticos de la encuesta afirman que la cantidad de personas que tomaron parte en ella era demasiado pequeña para los titulares del país denunciaren con tanta fuerza la imagen de un Brasil casi medieval. Sin embargo, los medios de comunicación – y la investigación – actuaron como un gatillo para encender un debate que se ha puesto fuera por un largo tiempo.Los elementos de una sociedad en gran medida patriarcal se pueden ver claramente en la vida cotidiana brasileña – no sólo a través de las acciones de los hombres, sino también a través de las acciones de las propias mujeres, que fueron criadas en un asedio ideológico fundamentalmente sexista. Ya sea en los chistes misóginos, sea en los comentarios maliciosos que ponen a las mujeres como objetos sexuales, la realidad de Brasil todavía tiene un carácter sexista tan arraigada que a menudo pasa desapercibido por la mayoría de la gente.De acuerdo con el "Estadão", un periódico en el estado de São Paulo, un hombre fue expulsado de un avión porque incisivamente declaró que jamás se quedaría en un vuelo comandado por una mujer. ¿Fue un caso aislado de los prejuicios de género? No. En el interior del ambiente de trabajo y el transporte público, por ejemplo, el hostigamiento contra las pasajeras alcanzó niveles alarmantes. En el mercado laboral, las mujeres siguen ganando salarios más bajos, a pesar de que realizan las mismas tareas que sus compañeros de trabajo del género masculino.El gran problema está en la idea de que las mujeres son el "sexo débil", y que no tienen competencia para hacer frente a situaciones y posiciones que requieren un comportamiento más agresivo. Y eso se transmite de generación en generación, en los pequeños detalles de la educación de la primera infancia. A menudo nos burlamos de los muchachos jóvenes que demuestran una emoción considerada demasiado "femenino" (como el miedo, la tristeza), mientras que enseñamos a las jóvenes a ser sumisas ante el poder de los hombres, y para ser, ante todo, recatada.Es de suma importancia cambiar los parámetros culturales y educativos de la sociedad, para que esta pueda purgar de sí el fantasma de una sociedad patriarcal que devalúa y desalienta la participación activa de las mujeres, mediante el control de su conducta social.